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domingo, janeiro 01, 2006

O QUE SE VAI ESCREVENDO POR AÍ...


foto Vitor Pinto

“Há três coisas muito importantes a reter num concerto como o que os U-Clic trouxeram a Barcelos: a performance visual das figuras, a força sonora e a crucial projecção vídeo. A banda de Tomar – constituída por Filipe Confraria (voz, moog), Luís Salgado (analógicos, guitarra, vocoder) e Gonçalo Figueiredo (sequências, vj, coros) – consegue transformar uma sala de concertos numa espécie de nave espacial, onde o público/tripulante é conduzido por três oficiais de uniforme condizente. O motor é alimentado pelo combustível música. Mas não é só a música que faz disparar toda a experiência, e sim toda uma concepção de espectáculo, meticulosamente idealizado para funcionar em sincronia. Design, fotografia, cinema e som pensados em conjunto para a apresentação de um kit coeso, intenso e cativante. As referências imagéticas dos U-Clic remetem-nos para um universo específico, no qual identificamos a intenção que está por detrás da palavra; a ideia da imagem que ilustra o som. As projecções vídeo auxiliam todo o processo que é o concerto e bombardeiam-nos sem piedade: figuras pop estilizadas, fluorescentes e activas; símbolos em constante movimento; cidades em hora de ponta; foguetões, velocidade e novíssima tecnologia, conjugados com filmagens seventies de Wolkswagens carocha; grandes ícones adulterados, como é o caso de um Mickey demoníaco a assombrar a Disneyland; a selecção nacional de futebol, a imponência de Eusébio a fazer “magia” com a bola e Scolari a gritar “Vai, porra!”; uma “borboleta borrachona” e uma simpática amiga joaninha a percorrer um tubo transparente; palavras de ordem alusivas ao abusivo poder americano (“don’t be afraid, enjoy it all”, “missiles”, “liberty is fine!”) com uma intervenção expositiva, na visão de um George Bush a preto-e-branco; um velho gravador de bobines com a expressão “art piece”... E há ainda espaço para pequenas curiosidades, tais como o extraordinário pormenor da figura de Gonçalo Figueiredo recortada da projecção, quando este se desloca para tocar teclado – uma seta indica “image disable”/the vj is now playing Korg”. E viajamos colados ao banco, a abanar a cabeça e “a bater o pezinho” ao som do rock electrónico, da pop e da dance-music com sotaque British que os U-Clic fazem questão de misturar – e muito bem – num saco sem fundo de tendência alternativa. São sobrinhos do punk, dos Kraftwerk e da MacIntosh (esta última, uma influência notória revelada por uma guitarra eléctrica que, ao invés de ostentar os tradicionais autocolantes tipo “fuck wars” ou “punk’s not dead”, faz brilhar o logotipo da famosa marca de computadores). O grande “mimo” para todos os melómanos barcelenses chega com as palavras de Filipe Confraria, o qual enaltece a iniciativa Subscuta e a presença da banda da semana passada, os Micro Audio Waves, acrescentando: «Depois de oito anos de bandas, é a primeira vez que tocamos em Barcelos. É, para nós, um grande prazer tocar na cidade dos The Astonishing Urbana Fall, de quem somos fãs. Ouvimos dizer que vão lançar um álbum e gostaríamos que viessem tocar à nossa cidade, assim como nós viemos cá». E arrancam com um tema onde referem bandas como os The Jesus and Mary Chains, os Pixies, os Sonic Youth e... os TAUF. O público adere e pede um encore. Regressam para tocar mais uma e agradecem: «Vocês são os maiores!». Claro que somos! Ainda há dúvidas?”

In Jornal de Barcelos




“Continuamos a revelar as bandas cujas maquetes nos chegaram este ano e mais nos entusiasmaram (todas elas a pensar em estreia em disco em 2006). Hoje falamos dos U-Clic.
Vêm de Tomar e têm estado a trabalhar, há já algum tempo, na gravação de um EP, que acabou transformado no que será o seu álbum de estreia, e que poderá ter por título Console Pupils, com edição projectada para 2006. Atitude punk e ferramentas electrónicas ao serviço de belas canções simplemente pop, num mundo de referências que vão dos Sonic Youth aos Kraftwerk, como os próprios cantam em Unfashionautic Superstars, fabuloso tema que rodou este ano pelos Discos Voadores, na Radar. As novas canções mostram, face aos temas de uma primeira maquete (disponível no site do grupo), um aprimorar das formas e vincar de personalidade, abrindo apetites para um álbum que se aguarda com ansiedade.”

Nuno Galopim in D.N. e sound--vision.blogspot.com

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

uau

6:37 da tarde

 

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